domingo, 21 de novembro de 2010

VAMOS RECRIAR HISTÓRIAS?

          Chapeuzinho Vermelho
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Era uma vez uma menina tão doce e meiga, que todos gostavam dela. A avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la.
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Um dia presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho.
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O chapeuzinho agradou tanto à menina, que ela não queria mais saber de usar outro. Não o tirava nem para dormir. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho Vermelho.
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Certa manhã, a Mãe chamou-a e disse:
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- Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai faze-la ficar melhor.
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- Vá logo e comporte-se pelo caminho e não invente de correr pela mata. Você pode cair e quebrar a garrafa de vinho, e ele é muito importante para a recuperação de sua avó.

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Chapeuzinho prometeu que obedeceria sua mãe, e pegando a cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu.
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Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila.
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Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente.
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Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo algum.
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- Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo.
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- Bom dia, Lobo - ela respondeu.
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- Aonde você vai assim tão cedinho?
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- Vou à casa da minha avó.
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- E o que você está levando nessa cestinha?
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- Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável.
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- Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora?
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- A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa.

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O Lobo pensou consigo:
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"Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso saborear sua avó e ela como sobremesa."
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Então o Lobo disse:
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- Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para a frente. Veja quanta beleza há na floresta.
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- Quem está aí? - perguntou a velhinha.
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Chapeuzinho então olhou a sua volta, viu a luz do sol brilhando entre as árvores, viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou:
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"Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me atrasar."
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E, saindo do caminho, entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim, foi entrando na mata cada vez mais.
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Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na porta
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Quem está aí? - perguntou a velhinha.
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- Sou eu, Chapeuzinho Vermelho! - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim!
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- Levante a tranca, ela está apenas encostada. Não posso me levantar pois estou muito fraca. - respondeu a vovó.
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O Lobo entrou na casa, e antes que a vovó pudesse dizer qualquer coisa, engoliu-a inteira. Depois vestiu as roupas dela, colocou sua touca de dormir na cabeça, deitou-se na cama, fechou as cortinas, e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho.
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E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. Foi só quando não podia mais carregar nenhuma, que lembrou da avó. Então retomou o caminho para a casa dela.
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Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta.
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Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho, que pensou:
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"Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Sempre me sinto tão bem na casa da vovó..."
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Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava lá deitada, com sua touca escondendo parte do rosto. Ela parecia muito estranha...
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- Vovó! Por que a senhora tem orelhas tão grandes? - perguntou então Chapeuzinho.
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- É para te ouvir melhor.
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- Vovó! Por que a senhora tem olhos tão grandes?
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- É para te ver melhor.
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- E suas mãos, vovó, por que são tão grandes?
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- São para te abraçar melhor.
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- Credo, vovó! Por que a senhora tem essa boca grande e horrível?
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- É para te comer melhor! - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a indefesa menina e engoliu-a de um só bote.
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Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e começou a roncar muito alto.
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Um caçador, que ia passando ali perto, escutou e achou estranho que uma velhinha roncasse tão alto. Então ele decidiu ir dar uma olhada.
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Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito tempo.
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E o caçador pensou:
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"Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não posso atirar nele."
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Então ele pegou seu facão, e abriu a barriga do Lobo. Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando:
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- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo estava muito escuro!
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E assim, a vovó foi salva também.
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Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou dentro da barriga do lobo.
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Quando o lobo acordou e viu todos ali, tentou fugir. Mas as pedras estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu. E assim, todos ficaram aliviados por se livrarem do perigo.
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O caçador pegou a pele do lobo.
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A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma:
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"Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e desviar do caminho, nem andar na floresta sózinha e por minha conta."
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FIM

             http://sitededicas.uol.com.br/hti_cv00.htm

             Chapeuzinho Vermelho - Histórias para ouvir:
                       

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Internetês

Com a Internet, vieram novas palavras e expressões, em configuração de comandos ou aplicações, muitas sem apropriado significado em nossa língua. Notamos também que a grande multiplicidade dos softwares disponíveis no país é em inglês. Percebemos, então, como as palavras foram abreviadas até o ponto de se transformarem em uma única expressão, duas ou no máximo três letras (não=n, sim=s, de=d, que=q, também=tb, cadê=kd, tc=teclar, porque=pq, aqui=aki, acho=axo, qualquer=qq, mais ou mas=+). Além dessa "contenção", houve também um desmoronamento da pontuação e da acentuação (é=eh, não=naum), nos enviando à fonética das palavras e não mais à etimologia.

Nessa nova linguagem, também podemos constatar o derramamento de termos da informática, uma contenção de caracteres digitados e um descaso com as normas gramaticais da Língua Portuguesa. Quando surgiu, a linguagem peculiar dos jovens na internet, já começou a influência da escrita do adolescente internauta em sala de aula e a preocupação dos educadores.

O uso dessa linguagem, com integral desobediência às regras cultas, não é próprio apenas dos brasileiros. Pois os alunos já são alfabetizados ao mesmo tempo em que aprendem a se comunicar pela internet. A necessidade de interagir utilizando o teclado do computador fez com que, rapidamente, o "internetês" se difundisse àqueles que tem acesso à internet. O grande problema que existe é o uso dessa linguagem em locais onde ela não é apropriada, como é o caso da escola.

Em português, ou em qualquer outra língua do mundo, a Internet já começa a modificar os habituais meios de comunicação considerados como politicamente corretos. É melhor pensar nas consequências desse acontecimento antes que haja uma descaracterização dos idiomas cultos pela extrema e cada vez mais rápida fama da rede.

A grande provocação que nos é apresentada é a de integrar e interagir com toda a comunidade escolar, no mundo da corporação globalizada, para garantir a possibilidade da livre expressão, mas também harmonizar a metodologia da construção da conversação humana dentro de um contexto da norma culta. Devemos, como educadores, nos familiarizarmos com as linguagens múltiplas, com a proliferação de tecnologias, de frases e de expressões e as diferentes lógicas de articulação.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que o modo de ver e interagir com o mundo, de sentir e de atuar são sempre orientados pelos meios de comunicação, e servem de modelo de vida. A sedução da linguagem da internet é constante, proporcionando ao público uma enchente de informações, que mesmo sem tratamento pedagógico, transforma-se em formação. Quando colocamos o desafio na mão do aluno, resgatamos o objeto de estudo e oferecemos recursos para interpretá-lo e analisá-lo criticamente, permitindo a compreensão do processo de reavaliação da linguagem da internet no ambiente escolar. Acreditamos que “não adianta resistir”, pois temos que pensar a educação associada ao pensar do uso da tecnologia. Isso deve ser uma atitude constante no pensar dos educadores e especialistas da educação. Pois a existência da internet está muito generalizada tanto na escola pública como na particular. O importante papel do educador é o de preparar o educando para usar criticamente as diversas formas de linguagens e também utilizá-las de maneira adequada.

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

TICs na Educação do Brasil

O Brasil precisa melhorar a competência dos professores em utilizar as tecnologias de comunicação e informação na educação. A forma como o sistema educacional incorpora as TICs afeta diretamente a diminuição da exclusão digital existente no país.
Vários pontos devem ser levados em conta quando se procura responder a questões como: Como as TICs podem ser utilizadas para acelerar o desenvolvimento em direção à meta de "educação para todos e ao longo da vida"? Como elas podem propiciar melhor equilíbrio entre ampla cobertura e excelência na educação? Como ela podem contribuir para reconciliar universalidade e especificidade local do conhecimento? Como pode a educação preparar os indivíduos e a sociedade de forma a que eles dominem as tecnologias que permeiam crescentemente todos os setores da vida e possam tirar proveito delas?
  • Primeiro, as TICs são apenas uma parte de um contínuo desenvolvimento de tecnologias, a começar pelo giz e os livros, todos podendo apoiar e enriquecer a aprendizagem.
  • Segundo, as TICs, como qualquer ferramenta, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins educacionais.
  • Terceiro, várias questões éticas e legais, como as vinculadas à propriedade do conhecimento, ao crescente tratamento da educação como uma mercadoria, à globalização da educação face à diversidade cultural, interferem no amplo uso das TICs na educação.
  • Na busca de soluções a essas questões, a UNESCO coopera com o governo brasileiro na promoção de ações de disseminação de TICs nas escolas com o objetivo de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, entendendo que o letramento digital é uma decorrência natural da utilização frequente dessas tecnologias. O Ministério da Educação   tem a meta de universalizar os laboratórios de informática em todas as escolas públicas até 2010, incluindo as rurais. A UNESCO também coopera com o Programa, TV Escola para explorar a convergência das mídias digitais na ampliação da interatividade dos conteúdos televisivos utilizados no ensino presencial e a distância.
    A UNESCO no Brasil conta com a permanente parceria das Cátedras UNESCO em Educação a Distância em várias universidades brasileiras, que utilizam as TICs para promover a democratização do acesso ao conhecimento no país.
    Em 4 de agosto de 2009, a UNESCO no Brasil e seus parceiros lançaram no país o projeto internacional “Padrões de Competência em TICs para professores ”, por meio das versões em português das brochuras sobre a proposta do projeto. O projeto tem o objetivo de fornecer diretrizes sobre como melhorar as capacidades dos professores nas práticas de ensino por meio de TICs. Autoridades, especialistas e tomadores de decisão analisam a viabilidade da implementação das diretrizes deste projeto adaptadas à realidade brasileira.